“COM FOGO NÃO SE BRINCA”
MÓDULO I – PREVENÇÃO E COMBATE A
INCÊNDIOS
PARTE II – CAUSAS DE INCÊNDIOS E
GRANDES INCÊNDIOS
Podemos afirmar que a maioria dos
incêndios são causados pela falha humana ou mecânica, ou por ambas,
predominando as falhas humanas.
Observemos nas causas seguintes, que
são reais, as falhas humanas e que a maioria dos incêndios são evitáveis:
a) Brincadeiras
de crianças: As crianças, por não terem o senso
do risco que correm, costumam brincar com fogo, fazendo fogueiras nos terrenos
baldios, brincando com fósforos, imitando os engolidores de fogo dos circos,
brincando com frascos que contêm ou continham líquidos inflamáveis.
b) Exaustores,
chaminés, fogueiras: Todos os meios condutores de calor
para o exterior podem ser causadores de incêndios, desde que não sejam muito
bem conservados e que não sejam instalados e mantidos de acordo com as normas
de segurança. Portanto, se um aparelho foi mal instalado e acontecer um
incêndio, a causa é na má instalação, obviamente, e a falha humana estará
presente. Em uma fogueira, a falha humana impera com 100% de possibilidade.
Geralmente, as fogueiras causam graves incêndios, ocasionando perda de bens
materiais, vítimas com ferimentos e até fatais, além de causar grandes danos à
ecologia.
c) Balões: Todos os anos, no mês de junho, quando são realizados
festejos juninos, muitos incêndios são causados por balões, que deixam cair
centelhas ou mesmo a tocha acesa sobre materiais combustíveis. Deixo
registrado que soltar balões é crime, conforme prescrito pela Lei nº 9.605, de 12 de dezembro de 1998: “Art.
41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena -reclusão,
de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Se o
crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa; Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar
balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de
vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena
- detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.”
d) Fogos de
artifício: Tal como ocorre com os balões, os
fogos de artifício também são causadores de incêndios, além de causarem
inúmeros acidentes. Geralmente, as crianças são as principais vítimas, por não
saberem utilizar os fogos; outras vezes os acidentes ocorrem por defeito do
material.
e) Displicência
ao cozinhar: As donas de casa, na maioria, não
conhecem os riscos de incêndios. Deixam os alimentos fritando ou cozinhando por
tempo superior ao necessário, vindo a causar incêndios, ou mesmo colocando
alimentos com água em óleo quente,
fazendo com que vapores do óleo saiam do recipiente, indo até as chamas do
fogão e incendiando o combustível na panela. Alerto que o óleo é combustível (a
banha de animais era utilizada como alimentador de tochas).
f) Negligência
com fósforos: Não só as crianças, mas também os
jovens e adultos não dão a devida atenção à correta utilização dos fósforos,
produzindo centelhas em locais gaseados, ou mesmo livrando-se do palito, ainda
em chamas, provocando com essa atitude muitos incêndios. Devemos, ao utilizar o
fósforo, apagá-lo e quebrá-lo antes de jogá-lo fora e guardar a caixa longe do
alcance das crianças. Isqueiros: Não
é incomum a explosão de isqueiros deixados em locais aquecidos pela luz solar.
Já soube de acidentes em automóveis, em decorrência da exposição do
dispositivo.
g) Velas,
lamparinas e outras fontes de iluminação de chama aberta: Muitas vezes são colocados sobre móveis lamparinas ou
velas, diretamente sobre a madeira ou tecidos. No caso de vela, esta poderá
queimar-se até atingir o móvel e incendiá-lo. Com a lamparina, por conter
querosene ou outro líquido inflamável, a situação é ainda mais grave. A ocorrência
de um incêndio acontecerá se a mesma entornar ou derramar o combustível. Quando
for usada uma vela, deve-se colocá-la sobre um pires ou prato, evitando o contato
do material sobre o móvel ou outra base combustível. Soube de uma família que
perdera tudo, a partir de uma vela acendida para oração. Depois das preces, a
esposa retirou-se do aposento. A chama da vela consumiu, a princípio, as
cortinas. Alastrou-se e destruiu toda a moradia.
h) Aparelhos
eletrodomésticos: Além das instalações elétricas
inadequadas, os próprios aparelhos elétricos utilizados nas residências poderão
causar incêndios, quando guardados ainda quentes, quando deixados ligados e/ou
quando apresentarem defeitos. A recomendação presta-se, em especial, àqueles
aparelhos que se utilizam de resistências, como grills, secadores de cabelos e
ferros elétricos.
i)
Pontas de cigarros:
O hábito de fumar atinge milhares de pessoas, que às vezes fumam em locais
proibidos e quase sempre jogam as pontas destes, sem ter a certeza de que
estejam apagados completamente. Outras vezes, fumam na cama e adormecem
deixando o cigarro acesso. Para evitar os incêndios é necessário que a ponta do
cigarro seja apagada, molhando-a ou amassando-a, antes de ser jogada no lixo,
principalmente nos locais onde se armazenam papéis velhos. Em tempo: presenciei um caso, quando trabalhava na antiga Bertuso
S.A.: um rapaz, antes de ir embora, esvaziou o cinzeiro na lixeira do
escritório. Passados alguns minutos, estavam em chamas os papéis, em pequena
fogueira, prontamente apagada. Também vale o registro de pontas de cigarros
jogadas em estradas. Nas épocas de estiagem, são fonte criadora de incêndios.
j)
Vazamento de gás liquefeito de petróleo (G.L.P.): o gás é acelerador de incêndio em potencial.
Comumente ocorre a seguinte situação: Próximo ao fogão são colocados botijões
de gás: tanto o que está em uso quanto o de reserva. O botijão de gás em uso
fica permanentemente conectado ao fogão por meio de um tubo de plástico que
pode se incendiar em função do Carlo do forno, derretendo a mangueira. Em razão
disso, o fogo é propagado, podendo atingir todos os materiais combustíveis das
proximidades ou o prédio todo. Devemos, se for possível, colocar o botijão de
gás fora da residência, conectando-o
ao fogão por uma mangueira longa, passando por um orifício na parede. O botijão
de reserva deverá ficar guardado fora da residência. Atentar para a utilização
de mangueiras resistentes e preconizadas pelo Conselho Nacional de Petróleo.
k) Ignição ou
explosão de produtos químicos: Alguns
produtos químicos, em contato com o ar ou outros componentes, poderão
incendiar-se ou explodir, causando incêndios. Os produtos químicos ou líquidos
inflamáveis devem ser acondicionados e guardados em locais próprios e seguros,
evitando-se, assim, qualquer acidente ou incêndio.
l)
Instalações elétricas inadequadas: As improvisações nas instalações elétricas, na construção,
na reforma ou ampliação são responsáveis pela maioria dos incêndios.
m) Trabalhos de
soldagens: Na indústria utilizam-se com muita freqüência
os aparelhos de solda, alimentados com acetileno e oxigênio. Se houver um
vazamento de acetileno poderá ocorrer um incêndio. Além disso, a própria chama
do maçarico de solda poderá atingir materiais combustíveis, provocando incêndios.
Os profissionais devem estar conscientes dos perigos e atentos quanto a danos
nas mangueiras e registros do aparelho.
n) Ação
criminosa: Muito mais do que imaginamos, alguns
incêndios são provocados por pessoas maldosas, que ateiam fogo onde trabalham,
pelo simples prazer de vingança. Também alguns proprietários, visando a
obtenção de vantagens de seguradoras, ateiam fogo de propósito na própria
empresa. Essa causa de incêndio normalmente é detectada facilmente e as pessoas
envolvidas têm respondido judicialmente pelo delito (crime).
CAUSAS
NATURAIS
a) Raio: Os incêndios causados pelos raios são muitos comuns. Todas
as edificações devem possuir a proteção adequada do pára-raios. Esse serviço
deve ser feito por especialistas, em função de sua complexidade.
b) Combustão
espontânea: Certos corpos orgânicos, em
determinadas circunstâncias, podem se queimar sozinhos. Entre as substâncias
mais sujeitas à combustão espontânea destacam-se: alfafa, carvão, óleo de
peixe, óleo de linhaça, roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo,
amendoim, óleo de semente de algodão, fertilizantes, feno, óleo de pinho, sabão
em pó, terebentina, juta, sisal, cânhamo, madeira, serragem, etc. Os materiais
fibrosos tornam-se perigosos quando umedecidos com óleo animal ou vegetal.
Sendo favorecidos com uma temperatura ambiente relativamente alta (comum em
nosso país), pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou
por alta porcentagem de oxigênio no ambiente, tais corpos entram em lenta
decomposição por uma reação química exotérmica (que libera Carlo). Isto irá
crescendo, até que a temperatura atinja o ponto de ignição da substância e esta
entre em combustão espontânea. Devemos notar que não é um processo rápido. Dependendo
das condições, levará mais ou menos tempo, mas serão sempre a soma de muitos
dias, semanas e até meses. Para evitar a combustão espontânea, devemos
acondicionar as substâncias que estão sujeitas a ela, em estrados, em
compartimentos frescos e ventilados. Uma ventilação adequada impede o acúmulo
de calor gerado nas reações e que seja atingida a temperatura de ignição do
combustível.
EVITÁVEL POR QUEM?
Há muita gente envolvida na proteção
contra o incêndio. Temos:
União: que elabora as Normas
Regulamentadoras de manipulação, transporte, etc.
Estados e Municípios: que elaboram
as leis de proteção, códigos de edificações que orientem e fiscalizam a
construção das edificações.
Escolas: que através dos diretores,
orientadores educacionais e professores desenvolvem programas de proteção
contra incêndios.
Corpo de Bombeiros: que
diuturnamente faz a proteção contra incêndios e salvamentos, executando
serviços de extinção de incêndios e salvamentos. Promovem a proteção através de
orientação para a instalação de equipamentos contra incêndio e sistemas de
saída de emergência em edificações e prédios altos, indústrias,
estabelecimentos públicos, comerciais, de divertimentos, hospitais, etc.
Nós: a participação de todas estas
entidades torna-se inoperante se não tivermos consciência dos riscos de
incêndio e nos propusermos a atitudes que venham a diminuir a probabilidade de
ocorrer incêndios. Daí, concluirmos que somos nós os principais responsáveis na
tarefa de atuar a favor da proteção contra incêndios e salvamentos.
GRANDES INCÊNDIOS
Ano: 1961
Edificação: penitenciária
Cidade: Taubaté
Mortos: 152
Feridos: 00
Ano: 1961
Edificação: circo
Cidade: Niterói
Mortos: 350
Feridos: 00
Ano: 1972
Edificação: Andraus
Cidade: São Paulo
Mortos: 16
Feridos: 300
Ano: 1974
Edificação: Joelma
Cidade: São Paulo
Mortos: 187
Feridos: 400
Ano: 1981
Edificação: Gran Avenida
Cidade: São Paulo
Mortos: 17
Feridos: 52
Ano: 2004
Edificação: supermercado
Cidade: Paraguay
Mortos: 450
Feridos: acima de 1000
Ano: 1987
Edificação: CESP
Cidade: São Paulo
Mortos: 1
Feridos: 100
Ano: 1996
Edificação: Plaza Shopping
Cidade: Osasco
Mortos: 42
Feridos: 400
Ano: 2002
Edificação: Banco Itaú
Cidade: São Paulo
Mortos: 2
Feridos: vários
Ano: 2003
Edificação: Antárctica
Cidade: São Paulo
Mortos: 2
Feridos: 1
Ano: 2007
Edificação: prédio da TAM
Cidade: São Paulo
Mortos: 198
Feridos: mais de 30
Ano: 2009
Edificação: indústria química
Cidade: Diadema
Mortos: 00
Feridos: 00
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